Boas Festas!
Aprendemos muito com Régine Robin, muito ainda com Irène Fenoglio, Christian Puech, Michel Arrivé, Alain Rey, Henri Meschonnic, Marc Angenot, Jean-Claude Chevalier, Eni Orlandi, Michel Pêcheux, Jean-Jacques Courtine, Sylvain Auroux, Eduardo Guimarães, Bernard Cerquiglini, Jacques Rancière, Jean Peytard, Patrick Sériot, Georges Canguilhem, Martine Cotin, Giuseppe d'Ottavi, Estanislao Sofia, Valdir Flores e tantos outros... historiadores, linguistas, semioticistas, analistas de discurso, semanticistas, filósofos, filólogos, estudiosos da literatura, de manuscritos, etc.
Aprendemos com eles, sobretudo, que a vida do pesquisador é cheia de idas e voltas como na metáfora maravilhosa proposta por Tullio de Mauro, na sua conferência na École Normale Supérieure, em 05 de maio de 2016, professor convidado no quadro do projeto “Genèses et transferts de savoirs linguistiques” da equipe Linguistique de l’ITEM. Ensinava ele, naquela ocasião, que todo aquele que se interessa pela linguagem e pela língua vive uma tarefa interminável no sentido fundador de Sísifo.
O que fazemos todo o dia é um eterno recomeçar, nunca do mesmo ponto, um recomeço sempre já outro, mas sempre um recomeço. Produzir conhecimento sobre a língua e sobre a linguagem não nos dá certeza do absoluto, muito menos do original, do único. Somos e vivemos eternamente como um Sísifo.
E, nós, desde que começamos a projetar sobre uma possível historicização dos estudos linguísticos e literários no sul do Brasil, nunca mais paramos. Fomos nos envolvendo em documentos, em entrevistas (daí vem a ideia da Fragmentum, lá no início), reunindo livros, depoimentos, papéis e mais papéis de toute sorte até chegarmos naquilo que hoje chamamos de Centro de Documentação e Memória, na unidade da UFSM em Silveira Martins/RS.
Hoje somos um espaço de pesquisa e um espaço cultural com exposições de nossos acervos, mas não só. Um espaço do tangível, bens culturais que podem ser tocados, prazerosamente, por aqueles que amam ler, que amam o objeto livro, que amam rabiscos, que amam saber, conhecer, descobrir, que amam o arquivo, que nos constitui enquanto sujeitos do conhecimento da língua e da linguagem (Arquivo e Museu da Língua Portuguesa).
Começamos com uma caixa azul que recebemos do filho da Profa. Dra. Neusa Carson, hoje somos uma espécie de biblioteca de especialidade e de obras raras, além de um acervo interessante de obras de arte. Para nós, nos últimos seis anos, a utopia projetada no antes, tornou-se um espaço de memória no tempo presente, um espaço ávido de descobertas, um espaço cheio de história e de histórias.
Bom Natal e um 2025, cada dia mais cheio de livros e de sonhos.
Com carinho,
Centro de Documentação e Memória